Profissionais indígenas iniciam curso de vigilância em saúde pública

Aula inaugural marcou as atividades das aulas que ocorrerão numa parceria entre Coiab e Proepi

Publicada em: 04/08/2021 às 17:13

Na noite desta segunda-feira (2), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), em parceria com a Rede Proepi e a Força-Tarefa TiLs Covid-19, deu início ao curso de Vigilância em Saúde Pública voltado, exclusivamente, a profissionais e acadêmicas indígenas da área da saúde. Ao todo, 58 alunos de 31 povos distribuídos em 13 estados brasileiros integram esta primeira turma. As aulas ocorrerão na modalidade de ensino à distância (EAD).

Alunos já participaram da aula inaugural quando receberam informações e tiraram dúvidas sobre o desenvolvimento do curso. De acordo com Luiz Penha Tukano, assessor técnico da Coiab, esta primeira atividade realizada em parceria com a Proepi teve um resultado positivo refletido no sucesso das inscrições e aula inaugural, o que nos motiva a fortalecer e buscar parcerias para a qualificação dos indígenas que atuam na saúde indígena.

“Tivemos no total 64 candidatos inscritos de 31 povos representados e 58 inscrições homologadas. Esta parceria com a Proepi e Rede Tils está apenas no início. Ao longo dos próximos dois meses iremos acompanhar o desempenho desses alunos neste curso que certamente abrirá portas para outros projetos de qualificação e formação”, destacou o assessor.
Por se tratar de uma turma onde a maioria dos alunos já atua como profissional na saúde indígena, ficando mais de 30 dias nas aldeias, Luiz explicou que a modalidade EAD se torna mais viável, pois o aluno poderá assistir às aulas de acordo com sua disponibilidade e organização.

“Nós conhecemos a realidade e sabemos que muitos desses profissionais passam muito tempo em área indígena, por isso, esta plataforma permite que o aluno execute as suas atividades de acordo com a sua rotina, mas claro, respeitando o tempo para execução de cada matéria e sem perder o período previsto para a conclusão do curso”, ressaltou Luiz.
Eduardo Moreno, epidemiologista e colaborador da Rede TiLS, explica que esta formação faz parte de estratégias para o fortalecimento das comunidades indígenas no enfrentamento da Covid e de outras emergências sanitárias “Esta é a primeira de muitas iniciativas planejadas no âmbito da parceria entre ProEpi e COIAB voltadas para a disponibilização de cursos e materiais pedagógicos para diferentes atores envolvidos na implementação de estratégias e promoção da auto-organização de comunidades indígenas para o enfrentamento de emergências sanitárias, como a Covid-19. ”

De acordo com dados da Coiab, os alunos inscritos representam 31 povos: Arapaço; Apurinã; Arapyun; Baniwa; Baré; Boe Bororo; Borari; Dessana; Kadiwéu; Kaingang; Karipuna; Kaxarari; Kaxinawá; Kokama; Kulina; Macuxi; Marubo; Mura; Pataxó; Potiguara; Sateré Mawé; Tapuia; Taurepang; Tikuna; Tukano; Tuxá. Quanto à geografia dos estados os alunos são do Amazonas, Acre, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Roraima, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A diversidade de cursos no perfil dos alunos é interessante, pois se inscreveram profissionais das áreas: Assistente Social; Bacharel Interdisciplinar em Saúde; Biomedicina; Ciências Biológicas; Ciências Naturais; Enfermagem; Farmácia; Fisioterapia; Gestão em Saúde Coletiva; Medicina; Nutrição; Licenciada em Educação Física; Psicologia e Odontologia.

ProEpi e Força-tarefa TiLS Covid-19
A Força-tarefa para Tecnologia e Inteligência Local em Saúde, a TiLS Covid-19, visa a apoiar equipes e profissionais de saúde na preparação e resposta à pandemia de Covid-19 e outras crises em saúde pública. A iniciativa é coordenada pela Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo, a ProEpi, em parceria com a Sala de Situação de Saúde da Universidade de Brasília e apoio da Skoll Foundation.