NÃO À “COOPERATIVA KAYAPÓ”

Publicada em: 25/03/2021 às 02:00

Um grupo de lideranças Kayapó, povo que vive no Sul do Pará, redigiu um manifesto contra a “Cooperativa Kayapó”. A cooperativa é mantida por não-indígenas e vive da exploração predatória de madeira e minérios, o que vem causando diversos problemas para os povos indígenas daquela região.

Entre os responsáveis pela cooperativa estão o empresário João Gesse e o cantor e ex-deputado federal Sérgio Reis.

A carta foi escrita no dia 11 de março, durante um encontro ocorrido na aldeia Krahnkro, às margens do Rio Branco, na cidade de Ourilândia do Norte. Por meio de seus caciques e lideranças, onze organizações Kayapó estavam representadas na ocasião – além de Ourilândia, também se fizeram presentes moradores das cidades de São Felix do Xingu, Tucumã, Pau D’Arco, Cumaru do Norte e Bannach.

No manifesto, eles alegam que as atividades da cooperativa não trazem benefícios a seu modo de vida, além de acusarem a empresa de “querer falar em nome dos indígenas”. A carta cita ainda a falta de uma consulta livre, prévia e informada e diz que a atuação da Fundação Nacional do Índio (Funai) tem sido feita com pouca transparência por ali.

Em reportagens à mídia local, as lideranças disseram ainda que a cooperativa busca acabar com todas as outras organizações indígenas da região.

A COIAB exige que as autoridades competentes reconheçam a autonomia das associações indígenas legitimas e investiguem as alegações trazidas pelas lideranças Kayapó.

A mineração, o garimpo ilegal e o roubo de madeira são alguns dos crimes ambientais que mais prejudicam os indígenas amazônicos – e é preciso agir de maneira rápida e eficiente para desfazer os prejuízos que essas atividades causam aos povos indígenas.