Mais de 50 lideranças indígenas da Amazônia brasileira estão na capital dos Emirados Árabes Unidos (EAU), desde 24 de novembro, para participar da 28ª Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), a COP28. Em 2023, a conferência acontecerá entre os dias 30 de novembro a 12 de dezembro, com a participação de líderes mundiais, organizações da sociedade civil e autoridades indígenas do clima.
A delegação indígena da Amazônia já conta com representantes de 40 povos, que participarão dos espaços para propor ações efetivas para os líderes mundiais. Entre as nações representados estão: Amanayé, Apurinã, Arapiun, Bakairi, Baniwa, Baré, Canoé, Gavião, Guajajara, Huni Kuin, Juma, Kaiabi, Kamaiurá, Karajá Xambioá, Karipuna, Kayapó Mebêngôkre, Kisedje, Krikati, Makuxi, Manchineri, Manoki, Marubo, Munduruku, Parakanã, Rikbaktsa, Sateré-Mawe, Suruí, Taurepang, Terena, Tiriyó, Tukano, Tupari, Wapichana, Wayoro, Witoto, Xerente, Yawalapiti, Yudja.
Os participantes da Conferência já integraram discussões na Plataforma de Comunidades Locais e Povos Indígenas (LCIPP) e da Reunião Preparatória do Fórum Internacional dos Povos Indígenas sobre Mudanças Climáticas (IIPFCC) – Caucus Indígena, eventos preparatórios para os debates durante a COP28.
COP30
A Amazônia brasileira receberá a COP30 que acontecerá em Belém (PA), em 2025. Indígenas e representantes de comunidades tradicionais se organizam para uma incidência extensa durante a Conferência no Brasil. No início de novembro, por exemplo, organizações da sociedade civil se reuniram em Brasília para desenhar a atuação em 2025.
Em agosto de 2023, a capital do Pará recebeu os Diálogos Amazônicos, uma série de atividades e discussões preparatórias para a COP, organizadas pelo Governo Federal e por entidades da sociedade civil. Mesmo após a participação de povos indígenas e comunidades tradicionais, o Brasil não sinalizou avanço nas políticas necessárias para combater o efeito da crise climática que afeta a região.
O coordenador-geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Toya Manchineri, aponta o diálogo entre populações indígenas e governantes como saída para a crise climática. “O Estado não está ouvindo as populações indígenas para em conjunto tratar sobre as condições e condicionantes para a implementação de projetos que ferem diretamente as nossas vidas. Somos os que menos influenciam para a crise climática, mas somos os que mais sofrem as consequências delas. A Amazônia está em estado de alerta com as secas, queimadas, invasão nos territórios e com o garimpo que polui nossas águas. Sem água, não há vida. As nações responsáveis estão nos matando por sua falta de compromisso com as metas estabelecidas”, afirma.
Programação
A programação da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) tem como tema Amazônia Indígena pela Justiça Climática, e acontecerá de 1º a 9 de dezembro. Os povos indígenas da Amazônia brasileira levam a Dubai a realidade dos territórios e alternativas ao modelo econômico atual que conduz o planeta à crise climática extrema.
Dentre as atividades, estão previstos dois lançamentos: um do Boletim Emergência Climática nas Terras Indígenas da Amazônia Brasileira, e outro do site[/i][/url] dos Planos de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas da Amazônia[/url].
A gerente de Monitoramento Territorial Indígena (Gemti) da Coiab, Vanessa Apurinã, ressalta a importância da divulgação de dados sobre a estiagem na Amazônia. “A complexa teia entre desmatamento, incêndios e seca na Amazônia, aponta a necessidade urgente de medidas coordenadas que integrem preservação ambiental, políticas socioeconômicas e ações climáticas para assegurar a sustentabilidade da Amazônia”, destacou.
Confira a programação completa aqui. A programação está no fuso horário de Dubai (GMT+4)
Atendimento à Imprensa:
(92) 98587-9653 – Alana Manchineri, Gerente de comunicação da Coiab. (Em Dubai)
(99) 98184-8583 – Isabel Babaçu – Assessoria de Imprensa da Coiab. (Em Manaus)