Identificação da variante do Reino Unido em Manaus reacende o alerta no combate à Covid-19

Pesquisadora da Fiocruz ressalta que medidas preventivas são fundamentais para evitar a propagação e mutação do coronavírus

Publicada em: 17/05/2021 às 18:09

Na sexta-feira (14), a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Ana Lúcia Pontes, participou de um diálogo com a coordenação executiva e equipe técnica da Coiab. O objetivo foi compartilhar informações sobre o coronavírus, suas variantes, além de medidas a serem adotadas, de modo que essas informações possam ser replicadas de maneira correta, evitando a propagação de notícias falsas. A pesquisadora falou também sobre a importância da vacinação, sua eficácia e a preocupação com uma possível terceira onda.

No Amazonas, segundo dados da Fiocruz, já foram sequenciados 250 genomas, sendo 177 provenientes de Manaus e os outros 73 de 24 municípios do interior. Foram identificadas 18 linhagens do SARS-CoV-2 onde destacam-se em frequência a B.1.1.28 (33,6%), B.1.195 (18,8%), B.1.1.33 (11,6%) e, desde dezembro de 2020 a emergência da linhagem P.1 (nova variante brasileira).
Sobre a identificação da variante do Reino Unido em Manaus, Ana Lúcia explicou que tudo que se tem até agora é a notificação do caso e que há indícios que a B.1.1.7 seja menos letal que a variante P.1., e ressaltou, que até agora, não há informações sobre a não eficácia das vacinas. A pesquisadora alerta para a necessidade de se cumprir o isolamento social.
“As variantes não vão parar. Este é um fenômeno normal na biologia e é esperado. O que deve ser feito é reduzir a transmissão, evitando que um vírus entre em contato com o outro. As vacinas utilizadas no Brasil, até o momento, têm se mostrado eficazes a essas variantes”, comentou.

Riscos
Ana Lúcia destacou os principais desafios no combate à Covid-19: a alta circulação dos vírus; a baixa cobertura vacinal; a exposição de pessoas com vírus e vacinados, no mesmo período, com possibilidade de adaptação do vírus e do tratamento usado. E ratificou a importância de continuar com as medidas preventivas, como lavar as mãos, utilizar álcool em gel, usar máscara, evitar aglomerações, além da importância primordial da vacinação em massa.

A partir desse diálogo com a pesquisadora serão definidas novas rodadas de conversas temáticas, voltada aos povos indígenas, que abordarão assuntos como: o vírus, cobertura vacinal, retorno escolar, problemas sociais agravados durante o período da pandemia e saúde infantil.

A Coiab demonstra preocupação e alerta para o risco de uma possível terceira onda, que pode vir a atingir cidades e territórios indígenas da Amazônia. Com isso, a Coiab orienta que as comunidades fiquem em alerta e continuem com os cuidados básicos utilizando máscaras e evitando, o máximo possível, circular em aglomerações.