Da terra indígena Mamoadate para o Planalto.

Publicada em: 07/01/2019 às 14:03

SENHOR PRESIDENTE
JAIR MESSIAS BOLSONARO
BRASÍLIA-DF

Hoje, 02 de Janeiro de 2019, dessa triples fronteira, terra indígena Mamoadate, cabeceira do Rio Yaco, Permita-me transmitir essa mensagem Manxineru.

Ao longo desses 519 anos, temos sofridos diferentes atos de violação de direitos e princípios que no mínimo são tipificado de crimes contra lesa humanidade. Atos como tutela, vítimas de políticas integracionistas ou melhor negação de nossa diversidade e identidade como povo verdadeiramente Brasileiros.

Mesmo assim, dos mais de 5 milhões de habitantes, somos hoje em torno de 1 milhão de indígenas, com 215 povos e 180 idiomas, corresponde ainda uma riqueza de valor extraordinário ao nosso país Brasil.

Política de tutela e de integração não são compatíveis com princípios jurídicos de hoje e deve ser politicamente condenável. O Estado Brasileiro devem garantir a existência e continuidade de cada povo em nossa forma, organização social, política, econômica, cultural e espiritual. Não queremos continuar sendo dizimados!

Os governos nos devem valor impagável, por nos eliminar de diferentes formas e continuamente. Nossas terras indígenas têm importância determinantes para manutenção da riqueza da biodiversidade, purificação do meio ambiente, do equilíbrio da Natureza e do mundo e ainda é patrimônio nacional, da Nação Brasileira!

Dos 13% de terras indígenas no país, 90% fica na Amazônia, percentual que restou como direito sobre a terra que antes era 100% indígena. Não
somos nós que temos grande parte do território Brasileiro, a maior parte está em mãos de latifundiários, ruralistas, agronegócios, etc que possuem mais de 60% do território nacional Brasileiro.

Nossas terras são demograficamente ocupadas, a diferença que é em harmonia e equilíbrio com a Natureza e além do mais, fomos e somos os que ajudaram a proteger as fronteiras brasileiras.

Sobre as ONGS, não somos manipulados. Ao contrário, nunca temos concordado com as formas de atuação juntos aos povos indígenas, assim como as seitas religiosas. O que falta são políticas públicas de Estado, pois as que têm, são ineficientes, insuficientes e fora da realidade indígena.

Pelo princípio de direito, democracia, respeito e civilidade, nós mesmos podemos ditar regras e decidir como devemos nos comportar ou agir em nosso território e em nosso país. Nós conduzimos nosso próprio destino, garantidos nos artigos 231 e 232 da Constituição Federal, na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e na declaração da ONU sobre os povos indígenas.

Senhor presidente, as mudanças na reestruturação e na reorganização administrativa através da MP n° 870 do dia 1 de janeiro de 2019, são um ataque contra a política indigenista Brasileira, desordena uma ação federal e é um ataque frontal aos povos indígenas, principalmente em nossos direitos.

Queremos continuar sendo indígenas, em nossas terras, com direitos a nossa identidade étnica, assim como somos brasileiros!

Não somos contra o desenvolvimento ou progresso, mais não aceitamos desenvolvimento e nem modelo econômico feito de qualquer jeito e excludente, que apenas impacta nossos territórios e a nação brasileira.

Senhor presidente, queremos um Brasil, não apenas sem corrupção, mais limpo de: violência, discriminação, autoritarismo, sem ódio, sem contaminação, sem escravidão, sem doutrinação.

Queremos um Brasil justo, que dignifique seu cidadão, um BRASIL DE HARMONIA E PAZ!

SABÁ HAJI MANCHINERY

Manxineru, indígena, Acriano, Amazônico, Brasileiro. Aldeia Alves Rodrigues Rodrigues – terra indígena Mamoadate, Alto Rio Iaco – Assis Brasil, AC.

Email: hajiyine@hotmail.com, Telefone: (68)98404-0871