A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) através do Centro Amazônico de Formação Indígena (Cafi) em parceria com o Instituto de Pesquisa da Amazônia (Ipam), e sua rede de organizações (Matpha, OPIAC, APIAM, CIR, ARPIT, FEPIPA, FEPOIMT, APOIANP, OPIROMA, COAPIMA) finaliza a formação de mais de 280 autoridades indígenas do clima dos nove estados da Amazônia em janeiro de 2024, em Santarém no estado Pará.
A formação foi dividida em três módulos dentro de territórios indígenas estratégicos para as organizações de base da Coiab. O curso Mudanças Climáticas, Carbono e REDD+ na Amazônia Indígena teve seu primeiro módulo na Terra Indígena Raposa Serra do Sol em Roraima e contou com lideranças indígenas do Amazonas, Roraima e Tocantins. O segundo módulo foi realizado na Terra Indígena Katukina Kaxinawá no estado do Acre e contou com a presença de lideranças do Acre, Rondônia e Mato Grosso. O último módulo foi realizado na Terra Indígena Kumaruara, na aldeia Vista Alegre em Santarém (PA) e contou com a presença de líderes dos estados Amapá, Maranhão, Pará e Tocantins. Ao total foram mais de 280 lideranças indígenas que farão parte do movimento de multiplicação da temática em seus territórios.
Dentro dos territórios indígenas da Amazônia empresas através dos chamados “Cowboys do carbono” tem aliciado lideranças para assinatura de contratos de carbono sem que as lideranças tenham conhecimento jurídico para entender sobre as consequências desses contratos. Portanto o CAFI junto ao IPAM desenvolveram o curso que visa aprimorar as habilidades das lideranças indígenas em relação às mudanças climáticas, carbono e aos mecanismos de REDD+, ao mesmo tempo em que procura compreender suas perspectivas sobre esses temas.
Para Maria Helena, integrante da coordenação executiva da Coapima (Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão), o curso proporciona a possibilidade de conhecer o significado e importância do REDD+ “Enquanto Coapima, foi fundamental para gente entender, no movimento indígena a estar atento a tudo isso, o REDD+, o crédito de carbono. Foi importante enquanto movimento estar nessa agenda junto a Coiab, principalmente a população de base poder participar”. Amaré que é membro da coordenação executiva da Arpit (Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins) fala sobre sua experiência “Nós sabemos que detemos dos conhecimentos da preservação ambiental, somos os guardiões da floresta e defendemos sempre o meio ambiente. Então é de suma importância que as nossas organizações compreendam como esses mecanismos funcionam, como devem ser implementados, se ele é ou não importante para o meu povo”.
As organizações indígenas compreendem que é crucial embasar a elaboração de um plano de ação em prol da justiça climática para os povos indígenas da Amazônia brasileira. Durante o curso foram promovidas troca de conhecimentos para fortalecer as iniciativas de preservação dos territórios, considerados ambientes ecologicamente equilibrados para todos, em escala global.
O Coordenador Geral da Coiab, [highlight= rgb(255, 255, 255)]Toya Manchineri, diz que o curso tem relevância para os povos indígenas pelo fato das atividades realizadas possam combater o desmatamento, pois leva informações e formação as lideranças indígenas e a própria comunidade para apoiar no combate ao desmatamento, e coibir contratos abusivos de carbono nas terras indígenas “É importante para nós, povos indígenas, tratar do tema, pois está sendo discutido a questão da captação de recurso, através dos governos subnacionais, como é retratado na convenção das nações unidas, para implementação e redução do desmatamento na amazônia ” finaliza.
O curso contou com o apoio da organização Environmental Defense Fund (Edf) e Vozes Pela Ação Climática Justa (Vac) e parceria da The Nature Conservancy (Tnc).
Fotos:
Pepyaka Krikati
Vicente Buya
Coiab realiza formação de 280 autoridades do clima na Amazônia brasileira
Lideranças indígenas dos nove estados da Amazônia brasileira participam de formação sobre mudanças climáticas
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