Coiab participa de intercâmbio de vigilância e monitoramento para proteção de povos indígenas isolados

Publicada em: 17/05/2023 às 01:00

Entre os dias 4 e 7 de maio, a comunidade da Aldeia São Vicente, na TI Kaxinawá do Rio Humaitá, recebeu lideranças do Acre, Rondônia e do Vale do Javari para compartilhar experiências das iniciativas de vigilância e monitoramento territorial para proteção de povos indígenas isolados na Amazônia brasileira.

Os povos indígenas isolados são grupos que não mantém contatos frequentes ou permanentes com as comunidades externas, vivendo em núcleos em área de floresta. No entanto, para que estes grupos continuem mantendo o modo de vida que optaram, é preciso proteger o território de invasores e crimes ambientais, além de estabelecer práticas de respeitar o isolamento, a fim de respeitar o direito de viverem livres e em segurança nos territórios.

A coordenação executiva da Coiab, a Gerência de Povos Indígenas Isolados e de recente contato e a Gerência de Monitoramento Territorial Indígena estiveram no evento, junto dos representantes dos povos Huni Kuin, Manchineri, Shanenawa, do Acre; dos povos Marubo, Kanamari, Matis e Matsés, da região do Vale do Javari, e Apurinã, no Amazonas; e Uru Eu Wau Wau (Jupaú), Amondawa e Tupari, de Rondônia; que utilizaram o momento para compartilhar as experiências, estratégias, ações e políticas existentes para a proteção dos povos isolados na Amazônia brasileira na atualidade.

A coordenadora-secretária da Coiab, Marciely Ayap Tupari, participou do intercâmbio e destacou a necessidade de ter conhecimento do território e também espiritual. “Os representantes da TI Mamoadate trouxeram a experiência de trabalhar nessa perspectiva transfronteiriça, pois atuam com os parentes isolados do Brasil e Peru. Os demais falaram muito dos desafios para que esses trabalhos tenham continuidade, como as invasões nos territórios, ação criminosas de garimpeiros, grileiros, madeireiros. Essas ameaças afetam muito os indígenas em isolamento, pois alguns trechos em que podiam caçar, pescar e morar já não são mais seguros, e por isso eles acabam chegando mais próximos das aldeias”, aponta.