Advogada recebe prêmio internacional pela defesa dos direitos indígenas no Brasil

Primeira edição do prêmio Prêmio Global de Líderes Anti-Racismo reconheceu a atuação de seis ativistas e defensores de direitos humanos

Publicada em: 10/08/2023 às 01:00

Nascida e criada no chão da aldeia Lagoa Quieta, na Terra Indígena Arariboia, cercada por mulheres e homens de luta, a advogada Kari Guajajara integra um grupo de juristas que atuam diretamente na defesa dos direitos dos povos indígenas no Brasil. A formação em Direito foi apoiada pela família, a comunidade e o movimento indígena, o que hoje é retribuído com o trabalho cotidiano de enfrentar as constantes tentativas de violações aos direitos originários.

Na data em que se celebra o Dia Internacional dos Povos Indígenas, 9 de agosto, a advogada e assessora jurídica da Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e integrante das Rede de Advogados Indígenas da Amazônia e do Brasil, recebeu o Prêmio Global de Líderes Anti-Racismo (Award for Global Anti-Racism Champions), concedido pela secretaria de estado dos Estados Unidos. Kari destacou-se internacionalmente por advogar em favor dos povos indígenas do Maranhão, inicialmente.

“Esse prêmio é dedicado a todos os povos indígenas do Brasil, principalmente aqueles que tombaram no processo de resistência, de defesa do território, aqueles que estão em permanente processo de luta e defendendo os territórios, defendendo a nossa identidade. Então, na verdade, esse prêmio é uma forma de dar visibilidade a todo o nosso processo de luta e resistência enquanto coletivo”, afirma.

O prêmio é concedido à pessoas demonstram excepcional coragem, força, liderança e comprometimento para o avanço dos direitos humanos e combate ao racismo, xenofobia, violência de gênero e outras discriminações. Além de Kari Guajajara, outras cinco lideranças foram premiadas, todas pela atuação comunitária em defesa de direitos humanos. Oswaldo Bilbao Lobatón, do Peru; Victorina Luca, da Moldávia; Saadia Mosbah, da Tunísia; Sarswati Nepali, do Nepal e Rani Yan Yan, de Bangladesh.