Segundo dia na COP16 da Biodiversidade tem painel sobre mulheres e governança territorial na Amazônia

Angela Kaxuyana levanta questionamentos aos presentes sobre as metas estabelecida por líderes mundiais

Por: Robson Delgado Baré

Publicada em: 23/10/2024 às 08:18

O segundo dia da COP 16 (22/10) tem o tema central “Recursos genéticos e gênero”, e na Zona Verde da COP16 aconteceu o painel “Mulheres e governança territorial na Amazônia: pela biodiversidade e pela proteção dos territórios indígenas e tradicionais”, a representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), na Coordenadoria das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (COICA), Angela Kaxuyana apresentou seus pontos de vista sobre a importância da mulher no debate da proteção da biodiversidade.

O discurso do Presidente Lula na semana de Clima de Nova York, foi lembrado pela liderança Angela, sobre ser ousado “O presidente Lula fala sobre os líderes mundiais serem ousados nas metas, mas o que vivemos dentro do nosso país é o contrário, nossos territórios são invadidos pelo agronegócio e garimpo. Nossos territórios estão pegando fogo, secando e destruídos”, a autoridade no assunto sobre povos isolados, também ressalta que o governo não se deve terceirizar seu compromisso com natureza, ainda mais colocando a responsabilidade nos povos indígenas. E destaca o que muitos líderes indígenas já falam “Se somos capazes de cuidar de 82% da biodiversidade do planeta, somos capazes de cuidar dos 82% dos investimentos voltados a proteção da biodiversidade.” O discurso forte de Angela é uma mensagem direta que os povos indígenas devem e querem estar presentes não só nas pautas sobre proteção e preservação da biodiversidade e mudanças climáticas, mas também a que diz respeitos o financiamento para a mesma.

O papel das mulheres no tema de biodiversidade deve ser dada a devida importância “Não é de hoje que as mulheres têm feito a diferença na conservação da biodiversidade. Elas sempre tiveram esse papel fundamental.” e completa “A gente está num momento de agora perceber o quanto elas [as mulheres] têm um papel fundamental nos territórios, nas comunidades e nos espaços de fala, somos nós que estamos fazendo a manutenção não só da biodiversidade mais também da cultura”.

A participação da Coiab na COP 16 é viabilizada por meio da parceria com a Hivos, por meio da iniciativa Vozes pela Ação Climática Justa – VAC, e conta ainda com o apoio do Fundo Indígena da Amazônia Brasileira (Podáali), Greenpeace Brasil, WWF, Unicef, WCS, Fossilfueltreaty, 350.org, Ford Fundation e Fundo Brasil.

Fotos: Kaiti Topramre