O último dia (07 de abril) do primeiro dia de Acampamento Terra Livre 2025, ocorreu a Roda de Conversa “Fronteiras Amazônia”, o painel se apresentou um espaço de diálogo, reflexão e construção coletiva de narrativas que ressaltam a importância das fronteiras, tanto geográficas quanto simbólicas, na preservação cultural e na luta por direitos. A iniciativa propõe discutir os desafios e as potencialidades das fronteiras na Amazônia, evidenciando como os processos de demarcação, conflitos e negociações territorialistas impactam diretamente as comunidades indígenas.
Entre os principais temas abordados estão: A importância da preservação dos territórios ancestrais; as dinâmicas de poder e conflitos nas fronteiras amazônicas e as construções de narrativas que promovam o reconhecimento e a valorização das identidades indígenas.
Beto Marubo, do Povo Marubo, relata “Tenho família no Peru e no Brasil, é estranho que o Governo do Brasil trata ele como estrangeiro, mas é parte da minha família. Isso mostra que nossos territórios vão além das fronteiras estabelecidas por alguém, muito antes da colonização nossos territórios eram divididos por diferentes povos e famílias. Por isso demarcar os territórios é uma prioridade para todos os países, especialmente onde se tem povos indígenas em isolamento”.
O evento teve presença de lideranças e representantes indígenas, assim como de organizações indigenistas, fazendo a roda de conversa ser um catalisador para a troca de experiências e o fortalecimento de redes de apoio e solidariedade. O formato dialogal incentiva a participação ativa dos presentes, promovendo debates francos e a apresentação de relatos e experiências práticas. Por meio de uma metodologia colaborativa, buscando refletir, os desafios e propor soluções inovadoras para a defesa dos territórios e para a promoção de uma comunicação que amplifique as vozes indígenas.
A Roda de Conversa “Fronteiras Amazônicas Indígenas” reafirma o compromisso com a promoção do diálogo e a construção de um espaço inclusivo, onde as perspectivas indígenas são valorizadas e integradas à luta por justiça social e ambiental. Esta iniciativa é um convite à reflexão crítica sobre o papel das fronteiras na formação de identidades e na definição dos rumos para a construção de um futuro sustentável e plural.
Foto: Pepyaká Krikati, Acampamento Terra Livre de 2025. Brasília-DF