Diante esse contexto, o presidente da AIKATUK, Juventino Pesiana Kaxuyana, ao receber a notícia da aprovação do PL, ressaltou às demais lideranças presentes na assembleia, dizendo que a luta não pode parar.
“Estou imensamente preocupado. Estamos aqui na assembleia da AIKATUK para somar e dar suporte aos nossos parentes em Brasília que estão lutando, pois são nossos direitos que estão sendo retirados, nós não estamos seguros. Essas leis vem contra todos nós e por isso dizemos não ao PL 490/07, ele foi aprovado apenas em uma instância, e nós não iremos desistir, é lutar e lutar, jamais parar”, destacou o líder Juventino.
A vice cacique da aldeia Purho Miti, Ana Lúcia, fala que o sentimento é de insegurança. “Onde vamos viver? Não podemos aceitar que entrem novamente em nossos territórios, eles não aceitam nosso modo de viver, mas nós temos nossa própria regras, o que será das nossas crianças, dos nossos jovens? Não vamos deixar isso acontecer, isso dói, pois não foi fácil retomar o que temos”, disse a vice cacique.
A assembleia reforçou o apoio aos povos indígenas presentes em Brasília na Mobilização Levante Pela Terra e também a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), que estão lutando em defesa dos povos originários.
A assembleia conta também com a presença da Coordenação Executiva da COIAB, Nara Baré e Angela Kaxuyana, que apresentaram o contexto da conjuntura política nacional sobre os PLs, os ataques de garimpeiros às terras indígenas e a atuação da COIAB nas bases nesse período de pandemia.
Seguindo os protocolos de saúde, com máscaras, álcool em gel e respeitando o distanciamento social, participam da assembleia as aldeias: Chapéu, Maharawani, Santidade, Parirawunu, Impotpiri, Yururu, Cumaru, Wayara, Watxima, Kaspakuru, Araça, Peune Miti, Purho Miti, Turuni, Anyarama. A assembleia segue até o dia 26 de junho.