Projetos elaborados pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) em conjunto com instituições parceiras vão receber R$113,7 milhões do Fundo Amazônia, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O anúncio foi feito pela diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, durante as comemorações do aniversário de 35 anos da Coiab, em Brasília, na última sexta-feira (19).
Um desses projetos é o ‘Dabucury: Compartilhando experiências e fortalecendo a gestão etnoambiental das terras indígenas da Amazônia’, executado pela Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE). Com investimento de R$53,8 milhões, o projeto Dabucury tem o objetivo de apoiar planos de gestão territorial e ambiental indígena nos nove estados da Amazônia brasileira por meio de chamadas públicas, serviços de apoio e capacitações. O lançamento oficial do edital ocorre na quarta-feira (24), a partir das 9h, na tenda da Coiab no Acampamento Terra Livre (ATL) 2024.
As atividades no âmbito do projeto Dabucury já iniciaram com uma oficina de comunicação para 25 jovens comunicadores e comunicadoras indígenas, que recebem capacitação sobre comunicação e gestão territorial, cobertura de eventos e outros temas que vão apoiar a formação da juventude indígena na Amazônia.
O segundo projeto aprovado é o ‘Redes Indígenas da Amazônia’, apresentado pela The Nature Conservancy Brasil (TNC Brasil), que vai receber aporte de R$59,9 milhões. A iniciativa tem o objetivo de qualificar as organizações indígenas e vai atuar em diversas frentes, entre elas a formação de lideranças em temáticas como gestão, comunicação, monitoramento territorial, entre outras. Estima-se que 1,7 mil indígenas serão beneficiados com as formações, que serão oferecidas via Centro Amazônico de Formação Indígena (Cafi) da Coiab.
O coordenador-geral da Coiab, Toya Manchineri, destaca que ambos os projetos vão beneficiar diretamente os povos indígenas.
“A aprovação de projetos como o ‘Dabucury’ e o ‘Redes’ é fundamental para nós, pois foram projetos construídos com o olhar dos e para os povos indígenas, pensando na promoção do bem-estar e da autonomia dos parentes de todos os territórios da Amazônia brasileira. São iniciativas que vão nos fortalecer cada vez mais em direção à preservação de nossas culturas e modos de vida e para o desenvolvimento sustentável”, comentou o coordenador-geral.
Texto: Valdeniza Vasques
Foto: Luene Karipuna