Coiab vence Prêmio Guardiãs da Sociobiodiversidade no segmento indígena

Prêmio do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima reconhece organizações detentoras de saberes tradicionais

Por: Valdeniza Vasques

Publicada em: 21/05/2025 às 15:04

A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) recebeu, nesta terça-feira (20), o prêmio ‘Guardiãs da Sociobiodiversidade’ concedido pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) em reconhecimento ao seu trabalho na proteção da sociobiodiversidade por meio da preservação dos conhecimentos tradicionais dos povos indígenas. A honraria foi recebida pela coordenadora-secretária da Coiab, Marciely Tupari, em cerimônia em Brasília.

O evento teve a presença da ministra Marina Silva e de outros representantes do governo federal. A iniciativa integra as comemorações do Dia Internacional da Biodiversidade (22 de maio) e os 10 anos da Lei do Patrimônio Genético e Conhecimento Tradicional Associado. Além do segmento indígena, o prêmio reconhece organizações quilombolas, de povos e comunidades tradicionais e de agricultores tradicionais. Cada uma das organizações vencedora foi premiada com R$45 mil, oriundo do Fundo Nacional para a Repartição de Benefícios (FNRB).

20 organizações foram premiadas pelo MMA. Foto: Fernando Donasci/MMA

A coordenadora-secretária da Coiab recebeu o prêmio das mãos da ministra Marina Silva. Para Marciely Tupari, o prêmio vem para ressaltar a importância do trabalho da Coiab, que há 36 anos luta pelos direitos dos povos indígenas, incluindo os direitos territoriais e pela preservação de suas culturas e modos de vida, que têm garantido há milênios a conservação da biodiversidade na Amazônia.

“Este prêmio é um reconhecimento ao trabalho que não só a Coiab vem desenvolvendo ao longo dos anos, mas o reconhecimento dos povos indígenas da Amazônia que vem realizando proteção da biodiversidade com nossos saberes milenares. Nossa luta é pela conservação, pela vida, pela cultura e pelo futuro do planeta. Que essa conquista, em um ano tão simbólico de COP 30, fortaleça a voz dos povos originários e pressione os governos a reconhecer nossa autoridade climática. Não há solução para as crises climáticas, sem incluir e respeitar nossos conhecimentos, nossos territórios e os direitos nas políticas globais de clima e biodiversidade”, disse a coordenadora-secretária.

Foto de capa: Fernando Donasci/MMA