Nesta segunda-feira (6), o coordenador-geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Toya Manchineri, participou da cerimônia de posse do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloísio Mercadante. Na mesma ocasião, o coordenador participou de reunião com a equipe de gestão do Fundo Amazônia. A Coiab integra o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA) gerido pelo BNDES, e nesta nova composição também farão parte o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Durante seu discurso de posse, Mercadante falou sobre a importância de estabelecer segurança para os povos indígenas e sobre a potência que a Amazônia possui. “Transitar para uma economia de baixo carbono, com empregos verdes e de baixa emissão é um imperativo que orientará a estratégia do Banco. Mas precisamos fazer mais. Não existirá futuro sem preservar a Amazônia e outros biomas. Essa será a prioridade do BNDES do futuro”, afirmou.
Logo em seguida a agenda de posse, a coordenação reuniu-se com Nabil Moura Kadri, Superintendente da área responsável pela Gestão do Fundo Amazônia; Fernanda Milne Jones Nader Garavini, Chefe do Departamento de Gestão do Fundo Amazônia; Ana Paula Donato de Aquino, Gerência de Povos e Comunidades Tradicionais; Claudia Nessi Zonenschain, Especialista na Gerência de Povos e Comunidades Tradicionais; e Isabela Yumi Ribeiro Kitajima Chan, Especialista na Gerência de Povos e Comunidades Tradicionais.
Como pauta da reunião, foram discutidas as necessidades emergentes dos povos indígenas da Amazônia e os formatos dos apoios do Fundo para os territórios. Segundo Nabil, o Fundo tem muita experiência no diálogo com os povos indígenas a partir dos Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) e a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental (PNGATI), discussão vinculada à participação dos povos indígenas.
É importante ressaltar que os povos indígenas em suas mais diversas formas possuem impacto positivo na economia do Brasil, há milênios realizam produção sustentável, com ações de baixo carbono. São os corpos e territórios indígenas que tem sido barreira para o avanço do desmatamento e devastação na Amazônia e por isso é preciso evidenciar a contribuição destes povos para o futuro da humanidade.
Na Amazônia existem inúmeros especialistas e autoridades climáticas que passam seu conhecimento ancestral de geração em geração. Povos que entendem a Amazônia como riqueza e extensão de seus corpos e culturas. Portanto, pensar desenvolvimento econômico envolve diretamente esses saberes e autoridades.
Durante a próxima semana, o Comitê Orientador do Fundo Amazônia será reunido no Rio de Janeiro, para iniciar a retomada do Fundo.