A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) divulga um novo levantamento que expõe a dimensão da pressão do petróleo, do gás e da mineração sobre os territórios indígenas da Bacia Amazônica. O estudo indica que mais de 320 mil km² de Terras Indígenas, área equivalente ao estado do Maranhão, já estão afetados por blocos de exploração de petróleo e gás.
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Ao todo, foram identificados 567 blocos petrolíferos ativos na bacia, sendo 189 no Brasil, além de 114 mil processos minerários que incidem sobre mais de 2.500 Terras Indígenas em oito países amazônicos. O Brasil lidera esse cenário com mais de 65.700 pedidos de mineração, quase 60% do total da região.
“A demarcação é fundamental para enfrentar a crise climática. Apenas 1,2% das Terras Indígenas na Amazônia estão desmatadas e elas armazenam cerca de 56 milhões de toneladas de carbono. As florestas que os povos indígenas protegem como seu lar capturam esse carbono e garantem oxigênio para todo o planeta.” , explicou Edinho Macuxi, assessor político da Coiab.
O relatório considera Terras Indígenas impactadas quando há sobreposição ou quando estão em um raio de até 30 km de blocos de petróleo ou gás, distância crítica para efeitos ambientais, sociais e culturais. Também foram mapeados impactos indiretos por bacias hidrográficas, que transportam sedimentos, resíduos e contaminantes até os territórios.
Os dados revelam uma contradição entre o discurso de transição energética defendido internacionalmente e a realidade vivida pelos povos indígenas na Amazônia. A expansão dos combustíveis fósseis permanece ativa na região, agravando conflitos territoriais e pressões sobre áreas de alta sensibilidade socioambiental.
O que está em jogo:
- 13% dos territórios indígenas da Bacia Amazônica estão afetados por petróleo e gás.
- Os países amazônicos concentram mais de 2,4 milhões de km² de Terras Indígenas reconhecidas.
- A exploração de petróleo, ouro, cassiterita e bauxita avança mesmo diante de evidências de impactos irreversíveis sobre rios, florestas e modos de vida.
A Coiab reforça que não há transição energética justa sem justiça territorial. A organização exige a suspensão de novos blocos e processos de mineração sobre Terras Indígenas, o cumprimento da consulta livre, prévia e informada e o reconhecimento da centralidade dos povos indígenas na governança climática da Pan-Amazônia.
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