Coiab recepciona membros da Flotilha Yaku Mama em visita à sede antes da viagem rumo à COP30 em Belém

A comitiva esteve em Manaus para conhecer parte dos trabalhos desenvolvidos pela organização na defesa dos direitos dos povos indígenas.

Por: Carolina Givoni

Publicada em: 04/11/2025 às 12:20

A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), recebeu nesta segunda-feira (3), a visita de representantes da Flotilha Yaku Mama, que segue em viagem fluvial desde Iquitos, no Peru, rumo à COP30, em Belém (PA). A comitiva esteve em Manaus para conhecer as instalações da Coiab e parte dos trabalhos desenvolvidos pela organização na defesa dos direitos dos povos indígenas da Amazônia.

Os visitantes foram recepcionados por Vanessa Apurinã, gerente de Monitoramento da Coiab; Ludimar Kokama, apoio técnico da Coiab para Relacionamento Comunitário; e pela coordenadora da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (Umiab), Marinete Tukano. O encontro foi marcado por trocas de experiências e falas que reforçam a importância da união entre os povos da Pan-Amazônia na luta pela proteção dos territórios e pelo enfrentamento às mudanças climáticas.

Entre os participantes, o cacique Gilberto Iaparra, do povo Iapalicu, no Amapá, destacou que a viagem é uma oportunidade de levar às lideranças mundiais a voz dos povos indígenas defensores de seus territórios. “A Resposta Somos Nós, os que lutamos pela defesa da terra onde vivemos e que tem direito à regularização”, afirmou. Ele também alertou para os riscos das pesquisas de petróleo na costa amapaense. “Isso nos preocupa muito, porque estamos ligados ao rio. Se houver um vazamento, pode contaminar nossa água, nosso peixe, nosso alimento”, completou.

Do Equador, a líder Elsa Cerda, mulher Kichwa e delegada de um grupo de mulheres defensoras do território, ressaltou a importância da presença feminina na flotilha e na COP. “É a primeira vez que participamos dessa expedição, e nosso propósito é lutar contra as mudanças climáticas. Levamos a exigência para que os governos apoiem a luta das mulheres e das guardas comunitárias em nossos territórios”, disse.

Já o peruano Pablo Inuma Flores, do povo Yine e presidente da Federação Nativa do Rio Madre de Dios e Afluentes (FENAMAT), afirmou que participar da flotilha é uma forma de fortalecer a articulação regional em defesa dos povos indígenas em isolamento voluntário. “É uma honra compartilhar experiências com irmãos amazônicos de diferentes países e mostrar o trabalho que fazemos em nossos territórios pela proteção desses povos”, declarou.

A Flotilha Yaku Mama segue agora sua jornada pelos rios amazônicos até Belém, onde os representantes indígenas de diversos países da Pan-Amazônia levarão suas vozes e demandas à COP30, reafirmando o compromisso coletivo pela defesa dos territórios e da vida na floresta.

Foto: Madalena Vieira/Ascom Coiab