Coiab fortalece gestão de organizações indígenas da Amazônia brasileira

Curso de especialização, voltado para gestores indígenas, vai criar uma rede de cooperação estratégica entre os gestores da rede Coiab

Por: Valdeniza Vasques

Publicada em: 29/09/2025 às 12:13

Com o objetivo de desenvolver habilidades para liderar, articular, gerir e pensar ações institucionais de forma estratégica, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) promove o primeiro curso de especialização em Gestão Institucional das Organizações Indígenas, entre os dias 30 de setembro e 3 de outubro, em Manaus (AM). A formação contemplará 30 lideranças, entre coordenadores e gestores financeiros e de projetos das organizações indígenas dos nove estados da Amazônia brasileira.

O curso busca promover trocas e fortalecer capacidades entre as lideranças indígenas, e integra o Projeto Redes Indígenas da Amazônia, uma parceria entre a Coiab e a The Nature Conservancy (TNC) Brasil, com recursos do Fundo Amazônia.

Durante a formação, os gestores indígenas compartilharão seus conhecimentos sobre boas práticas de gestão financeira, leis atuais e formação política, em módulos que estimularão o debate aprofundado entre os participantes. O curso visa também criar uma rede de troca entre os Gestores da Rede Coiab nos estados, visando o fortalecimento das redes estaduais e da própria Rede Coiab. Desta forma, as organizações desenvolverão redes de cooperação estratégica, fortalecendo assim as organizações indígenas de cada estado da Amazônia brasileira.

“Investir na formação de gestores indígenas é uma estratégia fundamental para o fortalecimento do próprio movimento indígena. Precisamos de organizações e lideranças estruturadas, com domínio de habilidades de gestão, projetos e legislação; a gestão eficiente da rede Coiab reflete nos territórios. Com gestores indígenas capacitados, fortalecemos nossas estratégias de luta por nossos direitos fundamentais e acesso a políticas públicas”, pontua o coordenador-geral da Coiab, Toya Manchineri.

“Hoje vemos muitas lideranças indígenas ocupando espaços importantes na política brasileira e em grandes fóruns internacionais de decisão, como as Nações Unidas. Para que essas vozes estejam cada vez mais presentes e fortalecidas, é essencial investir na capacitação dessas lideranças em diversas áreas e no fortalecimento de suas organizações. Acreditamos que esse processo também deve garantir que o movimento indígena seja sempre autônomo, preparado para captar seus próprios recursos, tomar decisões estratégicas e definir seu próprio futuro”, destaca Fernando Bittencourt, gerente de Estratégia de Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais da TNC Brasil.

Sobre o Projeto Redes Indígenas da Amazônia

Com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), através do Fundo Amazônia, o projeto é desenvolvido pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), em parceria com a The Nature Conservancy (TNC) Brasil, com o intuito de promover estruturas, ferramentas e capacidades institucionais e técnicas para as nove organizações indígenas nos estados da Amazônia Legal, além da União das Mulheres Indígenas da Amazônia (Umiab). As nove organizações indígenas que compõem a rede Coiab são: Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará (Apoianp), Articulação dos Povos Indígenas do Amazonas (Apiam), Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins (Arpit), Conselho Indígena de Roraima (CIR), Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), Federação Estadual dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa), Movimento Indígena do Acre e Organização dos Povos Indígenas de Rondônia e Noroeste do Mato-Grosso (Opiroma).

Foto de capa: Edinho Kambeba