Co-presidente do Caucus Indígena participa de mesa sobre Estratégia e Planos de Ação Nacionais para a Biodiversidade

O painel foi formado por membros dos povos indígenas e comunidades locais do Brasil e da Colômbia

Por: Robson Delgado Baré

Publicada em: 22/10/2024 às 13:46

Finalizando o dia 21 de outubro na Conferência das Partes na 16ª Conferência da Diversidade Biológica com tema central do dia “Marco Global da Biodiversidade”, A Co-Presidente do Fórum Internacional de Povos Indígenas sobre Mudanças do Clima (IIPFCC), representando a América Latina e Caribe, Sinéia do Vale, do povo Wapichana participou da mesa “Rumo a 2030: estratégias nacionais e implementação de NBSAPs e o Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal na América Latina”. O painel ocorreu na Zona Verde da COP16 da CDB onde foi palestrado sobre a importância dos povos indígenas e comunidades locais para o enfrentamento das mudanças e preservação e conservação da biodiversidade.

Sinéia em sua fala inicial mostrou o desenho de uma planta endêmica da Amazônia na região do estado de Roraima (Brasil), a planta hoje ajuda no conhecimento de como a seca está agindo nos territórios e como as mudanças climáticas fizeram a planta se adaptar para reconhecer o ambiente em que vive. A co-presidente do Caucus Indígena também fala sobre a certeza de que os povos indígenas são o caminho para o combate da crise ambiental no mundo, “respeitando nossos conhecimentos ancestrais, sabemos que somos responsáveis pela maior aérea preservada na amazônia no Brasil, através dos nossos territórios.” e enfatiza que a presença dos povos indígenas deve ser considerada de outras formas “Nós, povos indígenas por essa importância na preservação e manutenção na natureza devemos estar nos espaços de negociação, somos nós que estamos vivendo e em contato com a terra. Nós podemos e devemos falar por nós mesmo, esse é uma meta para a COP30”.

Sinéia do Vale do povo Wapichana durante painel na COP16. Cali-Colômbia. 2024(Foto: Kaiti Topramre Foto)

As NBSAPs, conhecidos também como os Planos Nacionais de Ação para a Biodiversidade (EPANB), são estratégias que desempenham um papel fundamental como ferramenta de gestão integrada das ações nacionais voltadas para a conservação da biodiversidade e o uso sustentável de seus componentes, além de promover a justa e equitativa repartição dos benefícios do uso da biodiversidade. A EPANB funciona como um instrumento essencial para monitorar o progresso das ações brasileiras em direção ao alcance das metas estabelecidas, garantindo que o país cumpra seus compromissos internacionais e promova práticas sustentáveis em relação à biodiversidade. Por meio de debates com os povos indígenas e comunidades locais do Brasil, uma das deliberações para o Governo brasileiro é a garantia de seus territórios.

A programação da COP16 com participação da delegação da Coiab pode ser acessada aqui.

A participação da Coiab na COP 16 é viabilizada por meio da parceria com a Hivos, por meio da iniciativa Vozes pela Ação Climática Justa – VAC, e conta ainda com o apoio do Fundo Indígena da Amazônia Brasileira (Podáali), Greenpeace Brasil, WWF, Unicef, WCS, Fossilfueltreaty, 350.org, Ford Fundation e Fundo Brasil.

Fotos: Kaiti Topramre Foto