Na mesa “Juventude Indígena na Amazônia brasileira: Saúde Mental, Bem-Viver, Educação Antirracista e a Emergência na Saúde Indígena”, realizada na tarde do dia 23/04, na tenda da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) no Acampamento Terra Livre, jovens dos 9 estados da Amazônia Brasileira falam sobre suas realidades e chamam atenção para pautas ligadas a saúde mental, permanência nas universidades e representatividade.
Estiveram presentes na mesa: Emanuel Baniwa (Amazonas); Samuel Arara (Acre); Valderi Tupari (Rondônia); Raquel Wapichana (Roraima); Inai’uru Pompeu (Maranhão); Akayojeyru Munduruku (Pará); Wayumi Ikpeng (Mato Grosso); e Lia Karipuna (Amapá). Este encontro realizado com jovens indígenas da Rede Coiab para apresentar as demandas e estratégias para a construção de um plano de incidências para a juventude indígena na Amazônia a partir da Rede Coiab.
A juventude indígena de diferentes povos se organizam para reivindicar ao governo federal políticas públicas específicas para os jovens Dentre elas uma das principais demandas é a criação de uma Secretaria Especial de Educação Indígena dentro do Ministério da Educação (MEC), que desde o ano passado (2023) seguindo um modelo semelhante ao que já existe no Ministério da Saúde. Os estudantes indígenas reclamaram dos preconceitos que sofrem e das inúmeras dificuldades para conseguir concluir a vida acadêmica em precárias moradias estudantis, sem uma política de apoio federal ou estadual. Samuel Arara, do Acre fala “Fico muito feliz de estar nesse espaço e ver a quantidade de jovens, nos somos a maioria. Nosso legado está sendo construído agora. Temos que adentrar vários espaços, inclusive a universidade. Estamos entrando nos temas que devemos ter vozes e vez”. Uma pauta relevante sobre a saúde dos jovens indígenas se trata da mental “Começar um movimento de juventude do amazonas, estamos trazendo temas como saúde mental e bem viver, a amazônia brasileira sofre os maiores números de suicido e temos que entrar nessa temática, não existe esse cuidado com os jovens, não tem esse cuidado com os jovens.”
A liderança jovens, Raquel Wapichana questiona a Coiab e agradece o espaço que os mais velhos estão dando aos jovens “… hoje não temos departamento de jovens na Coiab, para pensar nos jovens, mas gente é força da Coiab. Agradecer o espaço das nossas lideranças. Nos sentimos fortalecidos por esse espaço para ampliar mais nossa visão”. A mesa moderada pelos coordenadores da Coiab, Alcebias Sapará e Marciely Ayap Tupari, ambos levantam a pauta da juventude. O vice coordenador, Alcebias anunciou em ainda neste ano (2024), haverá a 1ª reunião para planejar a assembleia da juventude da Amazônia Brasileira.
Texto: Robson Delgado Baré
Foto: Kaiti Topramre Totore Gavião