A terra indígena Yanomami é um dos territórios que possuem a presença de indígenas isolados. Recentemente, foi denunciado a morte de dois indígenas do grupo em isolamento Moxihatëtëma, em uma ataque realizado por garimpeiros na área. Um dos líderes responsáveis por denunciar, tanto a nível nacional como internacional, os ataques aos seu território é Dário Kopenawa, vice- coordenador da Associação Hutukara. Dário esteve presente no encontro, e destacou a importância de estar junto de outras organizações com objetivo de construir um plano de proteção.
“Essa discussão foi muito rica, um debate sobre os povos da floresta, chamados pelos não indígenas de “povos isolados”. Isso é muito importante pois eles são nossos parentes, vivem no nosso mesmo território, na mesma região. Durante esses dias, em uma conversa muito importante, tivemos muitas informações de outros parentes, pois nossos povos da floresta estão sofrendo com ameaças aos territórios, uma violência de danos ambientais, desmatamentos e exploração de minérios nos territórios. Foi muito bom estarmos aqui discutindo, é um espaço essencial de protagonismo, estamos construindo juntos e queremos ter esses dados de informações concretas e verdadeiras, para depois nós entregarmos essas informações aos órgãos públicos” disse Dário Kopenawa.
Angela Kaxuyana, da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), ressaltou a importância do evento, pois fortalece as alianças entre as regiões e os estados, para, a partir dessa discussão a Coiab construir e fortalecer as estratégias de proteção a esses povos em sua atuação institucional.
“Esse momento marca um ciclo. Nesse momento de ataques aos direitos à vida dos povos indígenas isolados é necessário fortalecer ainda mais a nossa discussão, a nossa responsabilidade enquanto organizações indígenas, enquanto lideranças indígenas, e também marcar o posicionamento de que nós estamos vigilantes, estamos atentos diante desses ataques nos territórios indígenas. A partir desse encontro vamos levar a cobrança e a responsabilidade do estado para cumprir o seu papel que é o papel institucional de proteger a vida das pessoas, sobretudo os povos indígenas isolados da amazônia” Finalizou Kaxuyana.
Estavam presente no evento as organizações Univaja, Hutukara, Apia, Focimp, Aikatuk, Apim, Iepé, Cimi, Ois, Aimara, Apat e Guardiões da Floresta. O encontro é uma realização da Coiab, com apoio dos parceiros como o Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (Opi), Land is life e Niatero.