1ª Formação das Mulheres Indígenas e Diversidade da Rede Coiab

Evento reuni mulheres que debatem sobre suas realidades e desafios como mulheres indígenas

Publicada em: 22/04/2024 às 08:52

Foto: Bruna Sirayp/2024

Durante os dias 16, 17 e 18 de abril, mulheres indígenas da Amazônia Brasileira participam da 1ª Formação Das Mulheres Indígenas e Diversidade da Rede Coiab, em Brasília–DF. Organizado pelo Centro Amazônico de Formação Indígena (Cafi), da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), com apoio do Foro Internacional de Mujeres Indígenas (FIMI), o evento visa formar lideranças femininas em diferentes assuntos relacionados ao cotidiano da mulher indígena.

O encontro foi pensado no Acampamento Terra Livre (ATL) em 2023, na mesa onde lideranças mulheres indígenas sentiram a necessidade de mais espaços para as mulheres discutirem assuntos não só referentes as mulheres mais ao grupo indígena como todo, tomando para si, a luta como liderança indígena. O evento reuni representantes dos nove estados da amazônia brasileira e União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (UMIAB).

Temas como: Gênero e Povos Indígenas; histórico dos movimentos indígenas (foco em mulheres); mulheres indígenas em espaço de poder e decisão; Violências de gênero entre povos indígenas; e mudanças Climáticas. As facilitadoras e palestrantes desses temas foram: Elisa Mergulhão representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Valéria Paye do Fundo Indígena da Amazônia Brasileira (Podáali), Angela Kaxuyana representante da Coiab na Coica, Kari Guajajara assessora jurídica da Coiab, Luana Kumaruara e Samara Pataxó do Tribunal Superior Eleitoral. A assessora jurídica da Coiab, Kari Guajajara, palestrou sobre “Violências de gênero entre povos indígenas”, onde passou informações sobre a Lei Mara da Penha e os tipos de violência contra o grupo vuneravel a esses tipos de situação.

No momento de fala na roda das autoridades, na abertura do evento, Angela Kaxuyana, representante da Coiab na Coordenadoria das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica), fala sobre como hoje as mulheres organizações presentes nas organizações de base da Coiab, como o caso da Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa), coordenado por Concita Guaxipiguara Sompré; a Federação Dos Povos e Organizações Indígenas do Mato Grosso (Fepoimt), coordenado por Eliane Rodrigues de Lima; e as Articulações Dos Povos Indígenas Do Amazonas (Apiam), coordenado por Maria Auxiliadora Cordeiro Da Silva. Angela fala ainda sobre como as mulheres indígenas devem estar, em suas palavras ”Não só na construção, mas na tomada de decisão como líderes que somos”. A coordenadora-secretária, Marciely Tupari, fala que esse espaço é ainda mais dificultoso por ser mulher e jovem “os jovens sempre têm que estar buscando espaço e ser ouvido, os mais velhos ainda tem um preconceito com os mais novos, acham que a gente ainda não tem maturidade ou não consegue ocupar espaços de liderança” fala ainda sobre os movimentos de mulheres “… buscar fortalecer a UMIAB, para que mais mulheres possam estar nessas tomadas de decisões e precisamos buscar mais atuação das mulheres dentro do ATL”.

Também estava presente o Coordenador-geral da Coiab, Toya Manchineri, e lembra do histórico da Coiab em relação a espaços e mulheres “a Coiab chega aos 35 anos com essa fortaleza, pois cada pessoa que esteve na Coiab respeitou as diferenças. Nesses 35 anos as mulheres que contribuíram com a Coiab, e vamos lembrar da força que tiveram nas lutas indígenas na amazônia”, completa ainda sobre a tentativa de fortalecer as pautas das mulheres indígenas “… tentar fortalecer cada vez mais, respeitando seus lugares de fala e conhecimento para construir e fortalecer cada vez mais” finaliza.

Texto: Robson Delgado Baré
Foto: Bruna Syrap